22/02/2009

Duas semanas de férias…

Vi da altivez do primeiro lugar o Benfica e o Sporting a guerrearem pelo estatuto de segundo grande em Portugal.
Foi o primeiro clássico SCP vs SLB que assisti fora do reduto campeão.
Os dias que o antecederam foram vividos pelos meus novos conterrâneos com uma ansiedade crescente apenas desfeita pelo apito inicial do juiz da partida.
Logo no início da semana a imprensa desportiva foi unânime ao considerar este jogo como um dos mais importantes da época, tecendo elogios e críticas a cada uma das equipas intervenientes no jogo. Alguns “notáveis” foram abordados para exprimirem a sua opinião sobre a fase actual das respectivas equipas e qual o seu prognóstico.
Assim que se soube da nomeação do juiz da partida, choveram duras críticas de parte a parte.
Os fervorosos adeptos de parte a parte gladiaram-se em acesas conversas de café, de esquina, de quiosque, enfim, conversas de quantos sítios forem possíveis sobre qual das equipas ia ganhar o jogo.
Enfim… Os dados foram lançados para mais um clássico.
Pelo menos por uma semana, o povo distraiu-se e tirou umas férias dos despedimentos massivos que se fazem sentir um pouco por todo o país, do Freeport, do BPN, do BPP.
Esqueceu a crise e compareceu em massa ao estádio, nem que para isso tenham bebido menos uns cafés, fumado menos uns cigarros, comido menos uns bifes, comprado menos pão, andado mais a pé.
É caso para dizer que os clássicos fazem bem ao espírito e até podem ajudar ao bolso (pelo menos de alguns).
E como a crise é intensa e duradoura, para a semana há mais um clássico.

14/02/2009

O tempo

O tempo tem a capacidade fantástica e inata de conseguir o que quer. Demore o tempo que demorar.
É capaz de fazer esquecer o que não se quer. É capaz de fazer lembrar ou relembrar o que não se quer esquecer. Tem ainda o condão de moldar pessoas, acentuar-lhes os defeitos, as virtudes para o bem e para o mal. Pode desgastar e relançar relações, amizades. Pode alimentar esperanças e desilusões. Pode construir e destruir carreiras.
Consegue fazer “nascer” personalidades num ápice ao mesmo tempo que faz desaparecer outras só porque, estas, fizeram perder o seu tempo.
É fantástico o que tempo consegue fazer, e nós apenas nos preocupamos se faz sol ou chuva, quando o tempo vai muito para além disso. É o nosso melhor amigo, o nosso pior inimigo, nosso aliado, nosso cúmplice, nosso confidente.
Enfim… O tempo deste nosso tempo é muito habilidoso!

03/02/2009

Gato que brincas na rua

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Fernando Pessoa